Conservação de tamanduá-bandeira no Brasil

Conservação de tamanduá-bandeira no Brasil

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Os efeitos relativos da fragmentação e mortalidade devidos às estradas.

As rodovias podem ter consequências ecológicas graves para muitas espécies, principalmente através da fragmentação do habitat e da mortalidade devida a colisões com veículos. Um exemplo de uma espécie impactada pelas estradas é o tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla), atualmente listado como vulnerável pela IUCN.

Foram analisados o efeito relativo da fragmentação e mortalidade devido às estradas em populações de tamanduá-bandeira e onde são as áreas críticas para sua persistência no Brasil. Foi estimado o tamanho mínimo do fragmento e a densidade máxima de estradas para avaliar o impacto da rede viária e as mortes observadas nesta espécie. Foram explorados diferentes cenários através de valores variáveis da capacidade de dispersão para estimar o tamanho mínimo do fragmento, e também das densidades populacionais para estimar a densidade máxima de estradas para a persistência dos tamanduás.

Os resultados indicaram que o tamanho mínimo do fragmento pode ser de 498 a 247 km2 e que a densidade máxima de rodovias pode variar entre 0,21 e 0,55 km/km2 em cenários pessimistas e otimistas, respectivamente. No Brasil, a fragmentação do habitat parece ter um grande impacto sobre as populações de tamanduás gigantes. A fragmentação de habitat devido a estradas parece ter um efeito mais negativo do que a mortalidade devido a colisões com veículos.

Mapas mostrando áreas abaixo do tamanho mínimo do patch (Pmin) para cada um dos quatro cenários. Cenários P1 e P2 (esquerda) – Áreas abaixo de 247 km2 e áreas entre 247 e 498 km2 (que representa a quantidade de área abaixo da Pmin adicionada pelo cenário P2) considerando a baixa e alta capacidade de dispersão respectivamente. Cenários P3 e P4 (à direita) – Áreas abaixo de 247 km2 e áreas entre 247 e 498 km2 (que representa a quantidade de área abaixo da Pmin adicionada pelo cenário P4) considerando a limitada e alta capacidade de dispersão quando as estradas atuam como barreira. Para mais detalhes acessar o artigo completo.

Áreas críticas para a persistência de espécies podem representar 32% de sua variação no cenário otimista, com 18% de áreas adequadas abaixo do tamanho mínimo e 0,1% acima da densidade máxima de estradas. Este estudo fornece informações e implicações para malha viária em populações de tamanduá-bandeira no Brasil e orientações sobre densidade viária e limites de tamanho de fragmentos para gestores e agências responsáveis pelo planejamento de estradas no Brasil.

Áreas críticas com cenários D1 e P2 combinados. Para maiores detalhes faça o download do artigo completo.

Post elaborado com base no artigo – Pinto, F., Bager, A., Clevenger, A. & Grilo, C. (2018). Giant anteater (Myrmecophaga tridactyla) conservation in Brazil: Analysing the relative effects of fragmentation and mortality due to roads. Biological Conservation. 228. 10.1016/j.biocon.2018.10.023.

Você pode baixar o artigo completo clicando aqui


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Infraestrutura Viária & Biodiversidade (2018)



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