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Série Infraestrutura Viária & Biodiversidade | Métodos e Diagnósticos
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A Série Infraestrutura Viária & Biodiversidade | Métodos e Diagnósticos é um conjunto de 14 post semanais. Cada post apresentará de forma rápida um tema atual em Ecologia de Estradas. Os temas abordarão monitoramento de fauna atropelada, monitoramento de pequenos mamíferos, telemetria, inteligência geográfica, impactos de rodovias em peixes e muito mais.
Nosso segundo post da Série abordará as diretrizes para estudos de efeitos barreira e marginais em pequenos mamíferos. Vários dos posts dessa série são adaptações de textos produzidos por autores externos ao B.A.B.
Autores
Priscila S. Lucas, Alex Bager
Resumo
Infraestruturas viárias contribuem para o desenvolvimento social e crescimento econômico regional. Entretanto, elas abrem a caixa de pandora ao expor os efeitos ambientais negativos que são visualizados através da perda e fragmentação do habitat, alteração do habitat, ou seja, diminuição de qualidade principalmente na borda, no movimento dos indivíduos (efeito barreira) e na colisão entre animais e veículos.
Animais podem desenvolver respostas comportamentais frente a estes impactos, como evitar a superfície da rodovia, veículos ou áreas degradadas. Diferentes abordagens tem sido empregadas para quantificar os efeitos barreira e marginais em populações animais.
Neste texto, nosso objetivo foi sumarizar as informações sobre os métodos e parâmetros a serem amostrados e suas vantagens e desvantagens ao serem empregados para quantificar os efeitos na fauna de pequenos mamíferos.
Estes métodos incluem o censo da população por captura-marcação-recaptura, além do rastreamento do deslocamento dos indivíduos por radio-telemetria e carretel de rastreamento, aplicação de translocações integradas aos métodos acima e quantificação do fluxo gênico.
Atenção é dada para o tipo de delineamento, esforço amostral a ser empregado e a coleta de dados adequada para quantificação robusta dos efeitos barreira e marginais em populações animais, especificamente aqui para pequenos mamíferos.
O exposto neste texto tem o intuito de mostrar a aplicação e incentivar a disseminação deste tipo de pesquisa no Brasil e América Latina.
Efeitos barreira e marginais e diferentes métodos para avaliação
Estradas e rodovias, como um agente fragmentador, impactam o ambiente e a biodiversidade no entorno através dos efeitos barreira e efeitos marginais.
Sobre a fauna de pequenos mamíferos, o efeito de borda é observado através da alterações na riqueza, seja no aumento ou diminuição desta, abundância das espécies na porção marginal do fragmento, além de composição da comunidade alterada nas bordas.
Diferentes métodos podem ser utilizados para avaliação de feito barreira, tais como a captura-marcação-recaptura; radio-telemetria; abordagem genética e translocações. Este último é importante na investigação de padrões de movimento e pode ser usado juntamente com outros métodos.
Em estudos de avaliação dos efeitos marginais sobre a fauna é necessário considerar a escolha de uma área, que dependerá do objetivo proposto; a delimitação de fragmentos “perto” e “longe”; a disposição para as armadilhas; e o esforço amostral que será utilizado.
Estudos sobre o efeito barreira são muito importantes e podem levar ao entendimento de questões, como por exemplo, quando o efeito barreira se torna um problema e até que ponto o efeito barreira pode ser tolerado.
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Esse texto foi adaptado de um dos capítulos do meu livro Infraestrutura Viária e Biodiversidade. Você pode adquirí-lo aqui.
O capítulo tem 13 páginas repletas de informações incríveis e com a seguinte estrutura de tópicos:
- Introdução
- Efeitos marginais e efeito barreira na fauna de pequenos mamíferos
- Diferentes abordagens e métodos para avaliação do efeito barreira.
- Captura-marcação-recaptura
- Rastreando o animal para detectar movimentação
- Abordagem genética
- O uso de translocações para entender o efeito barreira
- O que considerar na proposição de bons delineamentos para avaliação dos efeitos marginais?
- Áreas a serem amostradas
- Delineamento Perto x Longe
- Disposição das armadilhas em grade ou transecto?
- Esforço de amostragem: uma questão importante na quantificação de ambos os efeitos
- Tipos de dados a serem mensurados: Por quê? e Para quê?
- Considerações sobre a escala temporal de monitoramento para quantificação dos efeitos
- Considerações finais
Seja você da área acadêmica ou um profissional atuante em licenciamento ambiental e monitoramento de fauna, esse texto trará valiosas propostas para seu trabalho.
Que tal continuar ampliando seu conhecimento em conservação da biodiversidade. Clique em um dos nossos posts publicados anteriormente.
Alguns autores que realizaram estudos avaliando os efeitos das rodovias sobre os pequenos mamíferos. Veja algumas dessas publicações:
- ASCENSÃO, F.; LUCAS, P. S.; COSTA, A. S.; BAGER, A. The effect of roads on edge permeability and movement patterns for small mammals: a case study with Montane Akodont. Landscape Ecology, 32: 1-10, 2017.
- BISSONETTE, J. A.; ROSA, A. S. Road zone effects in small-mammal communities. Ecology and Society, 14: 1-15, 2009.
- CERBONCINI, R. A.; ROPER, J. J.; PASSOS, F. C. Edge effects without habitat fragmentation? Small mammals and a railway in the Atlantic Forest of southern Brazil. Oryx, 50: 460-467, 2016.
- FUENTES-MONTEMAYOR, E.; CUARÓN, A. D.; VÁZQUEZ-DOMÍNGUEZ, W.; BENÍTEZ-MALVIDO, J.; GALVÁN-VALENZUELA, D.; ANDERSEN, E. Living on the edge: roads and edge effects on small mammal populations. Journal of Animal Ecology, 78:857-865, 2009.
- KUYKENDALL, M. T.; KELLER, G. S. Impacts of Roads and Corridors on Abundance and Movement of small mammals on the Llano Estacado of Texas. The Southwestern Naturalist, 56: 9-16, 2011.
- MOURA, M. C.; GRELLE, C. E. V.; BERGALLO, H. G. How does sampling protocol affect the richness and abundance of small mammals recorded in tropical forest? An example from the Atlantic Forest, Brazil. Neotropical Biology and Conservation, 3:51-58, 2008.
- RICO, A.; KINDLMANN, P.; SEDLÁČEK, F. Barrier effects of roads on movements of small mammals. Folia Zoologica, 56: 1-12, 2007.
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