Vigilância epidemiológica de hemoparasitos de gambás

Vigilância epidemiológica de hemoparasitos de gambás

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Trabalho apresentado no III Congresso Iberoamericano de Biodiversidade e Infraestrutura Viária (CIBIV 2020)

Autores.- Amanda Bertão Santos, Andressa Maria Rorato Nascimento de Matos, Daniela Dib Gonçalves, Eloiza Teles Caldart & Italmar Teodorico Navarro

amandabertao9@gmail.com

Tendo em vista a grande importância do transporte rodoviário para a economia brasileira, já que por meio dele se realiza a maioria das movimentações de mercadorias no país, parte da fauna responde aos impactos gerados pelas modificações causadas para que se tenha a viabilidade do sistema.

Em razão dos gambás atuarem como reservatório de hemoparasitos zoonóticos, é importante que se estabeleça uma vigilância epidemiológica desses parasitos nessas espécies animais. O objetivo do trabalho foi avaliar a viabilidade do método de vigilância epidemiológica de hemoparasitos zoonóticos por meio de busca ativa de gambás atropelados em rodovias da mesorregião Norte Central do Paraná no período de novembro de 2016 a outubro de 2018.

A coleta de animais se deu por busca ativa pelos membros da equipe ou por denúncia às Regionais de Saúde do estado do Paraná, 2ª Companhia de Polícia Ambiental e 2ª Companhia de Polícia Rodoviária, as quais atuaram como cooperadoras do projeto. Quanto a busca ativa, foram definidos quatro transectos que cruzavam diferentes municípios e eram percorridos semanalmente. Os munícipios percorridos pelo projeto eram Londrina, Bela Vista do Paraíso, Alvorada do Sul, Astorga, Rolândia, Cornélio Procópio, Jaguapitã, Prado Ferreira, Mauá da Serra, Mandaguari e Sertaneja.

Como ponto de partida e chegada foi definido a Universidade Estadual de Londrina. Foram colhidas amostras de baço, fígado e pele de orelha durante as autópsias. A extração de DNA foi realizada com kit comercial, a PCR foi realizada para os gêneros Ehrlichia e Anaplasma utilizando-se baço e fígado e para Borrelia utilizando-se pele.

Coletou-se 25 animais da espécie Didelphis albiventris (gambá-de-orelha-branca) sendo a maioria macho (68%) e jovem (56%). Em um animal foi encontrado ectoparasita, identificado como Ixodes loricatus. Na PCR 4,0% (1/25) dos animais foram positivos para Ehrlichia spp. e após o sequenciamento foi observada 99,4% de identidade com E. canis.

Para os gêneros 118 Anaplasma e Borrelia não foi detectada a presença de material genético. Quanto à positividade detectada para agente similar à E. canis, pode estar associada ao hábito sinantrópico do animal e sua consequente proximidade com habitações humanas e animais domésticos.

Por fim, concluímos que a metodologia aplicada é útil na vigilância epidemiológica de hemoparasitos zoonóticos, sendo uma importante fonte de informação que contribui para a saúde única, pois torna possível a vigilância epidemiológica sobre espécies de parasitas que estão circulando no ambiente silvestre, e sobre os riscos que podem oferecer ao homem.