Anhanguera era uma suçuarana macho, jovem, que recebeu esse apelido depois de ser atropelado na rodovia de mesmo nome, no Estado de São Paulo. Acolhido em um centro de recuperação de animais em Jundiaí, passou por cuidados ao longo de um ano e foi reintroduzido na natureza, na Serra do Japi. Um ano depois, foi atropelado novamente, dessa vez na rodovia dos Bandeirantes, e morreu.
Destino parecido teve um lobo-guará que voltou à natureza depois de ter sido encontrado perdido em Campinas, mas após seis meses de vida livre, estava em uma área que pegou fogo, fugiu e acabou atropelado.
Os relatos são colecionados por Cristina Harumi Adania, coordenadora de fauna da Associação Mata Ciliar, entidade de Jundiaí que recebe animais silvestres feridos, aprisionados ou que foram vítima de tráfico animal. Nos últimos anos, ela notou um aumento de 30% no número de animais que chegam ao local como vítimas do que chama de “causas urbanas”, como atropelamento. A demanda é tanta que a ONG está fazendo um crowdfunding para a construção de novos recintos para seus maiores animais, as onças (mais informações ao lado).
Em Mato Grosso do Sul, um levantamento feito pelo Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ) contabilizou pelo menos 128 antas mortas por atropelamento em apenas sete trechos de rodovias do Estado nos últimos três anos, o que coloca sob ameaça a sobrevivência do maior mamífero da América do Sul no Cerrado.
Fonte: R7