Sistema Urubu | 2017

Tempo de leitura: 15 minutos

A maior rede de conservação da biodiversidade brasileira

Produtos disponíveis


Um breve histórico

O Sistema Urubu foi lançado em abril de 2014. Seu objetivo é ampliar o conhecimento dos efeitos de rodovias e ferrovias na biodiversidade brasileira. Quando o projeto foi proposto, foi chamado de Projeto Malha e foi idealizado para trabalhar com Unidades de Conservação (UCs).

 

Do lançamento até o presente momento já registramos atropelamentos de animais selvagens em 141 UCs. No final do post fazemos uma análise específica sobre atropelamentos em UCs durante o ano de 2017.

Nunca imaginamos que teríamos a repercussão e aceitação que tivemos. Em 45 meses de existência atingimos mais de 22 mil usuários, mais de 20 mil registros diretos e milhares de registros vindos de outras fontes.

Cada ano teve sua característica. Entre abril de 2014 e abril de 2015 o Sistema teve uma repercussão incrível nos diferentes meios de comunicação e a ampliação da nossa rede de parceiros. O ano seguinte (abril/ 2015 a abril/2016) se caracterizou pela ampliação do número de registros.

De abril de 2016 até o momento, o Sistema Urubu apresenta um contínuo crescimento em número de downloads do Urubu Mobile, de novos usuários e, principalmente, no número de registros.

Quer entender melhor como o atropelômetro funciona? Clique aqui e leia o nosso post que mostra como foi estimado que mais de 475 milhões de animais selvagens são atropelados todos os anos no Brasil.

 

Sistema Urubu – 2017

Este post reúne as nossas ações entre janeiro e dezembro de 2017.

É sempre importante lembrar que os números que mostramos em nossos posts e infográficos não são o total de animais que morreram nas estradas brasileiras.

Estes números são os registros enviados pelos nossos parceiros em todo o Brasil. Estados ou regiões com mais parceiros terão mais dados e não quer dizer que ali morrem mais animais.

A importância de um maior número de dados é que assim podemos identificar as áreas críticas de atropelamento. Estes dados permitem fazer recomendações para autoridades, ministério público e empresas.

Logo no começo do ano atingimos os 20 mil usuários e em julho tivemos o 50.000 download do Urubu Mobile na Google Play. Isso foi incrível e nos fez planejar muitas ações para 2018.

 

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2017 em números

Em 2017 o Sistema Urubu recebeu milhares de novos registros e 2250 foram identificados e disponibilizados para nossos parceiros. Distribuídos nas diferentes classes foram: 429 anfíbios, 462 répteis, 492 aves e 867 mamíferos.

O menor número de anfíbios e répteis não quer dizer que estes grupos são menos afetados. Na verdade isso ocorre porque a maioria das espécies é de pequeno porte e as pessoas não conseguem ver quando trafegam nas estradas. Outro fator que influencia esse número é que animais de pêlo geram muito mais empatia que sapos, cobras e lagartos.

O estado com maior número de registros foi São Paulo, com 606 registros validados.

A tabela abaixo mostra os 15 estados com mais de 10 registros. Em 2017 somente o Amapá não teve registros no Sistema Urubu. Novamente reforçamos que um menor número de registros não quer dizer que neste estado há maior ou menor impacto.

Estados com mais de 10 registros validados no Sistema Urubu em 2017

 


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Espécies ameaçadas de extinção

Parece incrível, mas 12 espécies ameaçadas de extinção tiveram registros de atropelamento em 2017. No total tivemos 113 registros de espécies ameaçadas.

Destas, a espécie com maior número de registros foi o Tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla), com 51 indivíduos no Sistema Urubu. As ocorrências aconteceram em 4 estados brasileiros: Goiás; Mato Grosso do Sul; Minas Gerais e São Paulo.

Desde 2014 o Sistema Urubu já recebemos 387 registros desta espécie.

Na tabela abaixo mostramos as 10 espécies ameaçadas de extinção com maior número de registros em 2017.

As 10 espécies ameaçadas de extinção com maior ocorrência no Sistema Urubu em 2017. Criticamente em Perigo (CR), Em Perigo (EN) e Vulnerável (VU). Somente a sub-espécie Penelope superciliaris alagoensis é listada como CR. Não é possível saber se os indivíduos listados no Sistema Urubu são desta sub-espécie.

 

Como você pode ver, a maioria destas espécies são de grande porte. Estas espécies geram poucos filhotes e levam muitos anos até realizarem sua primeira reprodução. Estes são alguns dos motivos delas estarem ameaçadas de extinção.

 

Myrmecophaga tridactyla (Tamanduá-bandeira)

Possui uma faixa diagonal preta de bordas brancas, pelo focinho longo e cilíndrico e cauda grande, com pelos grossos e compridos. De um modo geral a espécie tem hábito terrestre e é solitária, tendo um filhote por gestação. Infere-se que pelo menos 30% da população foi perdida nos últimos 26 anos.

 

Lycalopex vetulus (Raposa-do-campo)

Sua pelagem é curta com coloração cinza claro nas porções dorsais e cinza-amarelado nas porções ventrais, entretanto a coloração varia ao longo de sua distribuição. As orelhas e patas são levemente avermelhadas. É similar em aparência ao cachorro-do-mato (Cerdocyon thous), que ocorre nas mesmas áreas. Essa espécie é encontrada apenas no Brasil, endêmica do Cerrado.

 

Tapirus terrestris (Anta)

É o maior mamífero terrestre brasileiro. Possui uma crina, que vai desde o pescoço até a fronte da cabeça, a pele é grossa e a cor varia entre marrom escura para os adultos e marrom com listras horizontais brancas, para os jovens. Apresenta ciclo reprodutivo longo, com 13 a 14 meses de gestação e apenas um filhote, o que torna a espécie muito vulnerável a pressões.

 

 

Espécies mais afetadas

Agora, quando consideramos todas as espécies, a lista das mais afetadas de 2017 foi: Cerdocyon thous  (Cachorro do mato), Didelphis albiventris (Gambá de orelha branca), Tamandua tetradactyla (Tamanduá mirim), Procyon cancrivorus (Mão pelada), Dasypus novemcinctus (Tatu), Coragyps atratus (Urubu), Myrmecophaga tridactyla (Tamanduá bandeira), Boa constrictor (Jibóia), Euphractus sexcinctus (Tatu), Didelphis aurita (Gambá de orelha preta).

Destas, o cachorro do mato teve maior número de registros (N=119).

A tabela abaixo mostra as 5 espécies mais afetadas por atropelamento para cada classe em 2017. Somente são apresentados dados de exemplares identificados a nível de espécie. Anfíbios, por exemplo, são subamostrados porque nossos parceiros têm muita dificuldade de identificar as fotos ao nível de espécies.

Principais espécies afetadas em 2017

Rhinella marina (Sapo-cururu)

Anfíbio de hábitos terrestres e noturnos. Possui o dorso com diferente tonalidades de marrom com manchas negras e coberto por tubérculos. A superfície ventral é creme com diminutos pontos marrons, com ou sem manchas acinzentadas.

 

 

Boa constrictor (jibóia)

É uma serpente constritora e não peçonhenta. Sua cor é camuflada e confunde-se com o ambiente. É considerada a segunda maior cobra do Brasil, podendo medir até 5 metros de comprimento.

 

 

Coragyps atratus (Urubu-de-cabeça-preta)

Ave muito comum no território brasileiro, exceto em extensas áreas florestadas com pouca presença humana. Alimenta-se de carcaças de animais mortos e outros materiais orgânicos em decomposição, também busca restos de comida em lixos e lixões das cidades. 

 

 

Cerdocyon thous (cachorro-do-mato)

Possui coloração cinza e marrom, usualmente com tons de amarelo, sendo as orelhas com tons avermelhados e sua cauda com pêlos tendendo ao preto. É um canídeo aparentemente tolerante a perturbações antrópicas, porém não à urbanização.

 

 

Unidades de Conservação

Como dito no início deste post, um dos objetivos do Sistema Urubu é auxiliar os órgãos governamentais na gestão de UCs. Algumas delas encaminham dados desde o início do projeto, em 2013. Em 2018 vamos retomar os treinamentos e realizar seleção de novas UCs.

Se você é analista de órgão ambiental que faz gestão de Unidades, se cadastre abaixo. Sempre que lançarmos um novo post, projeto ou ação, os nossos contatos serão informados por email.

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Em 2017 o Sistema Urubu recebeu registros de 29 Unidades que tiveram parte da sua biodiversidade perdida por atropelamento.

Vale notar que esses números são extremamente subestimados. O Sistema somente contabiliza os registros dentro da área da UC, e não inclui dados de estradas que tangenciam ou estão a sua área de entorno.

As UCs com maior número de registros foram APA Chapada do Araripe, APA Corumbatai-Botucatu-Tejupa, Estrada Parque Rodovia MT 251, APA de Joanes/Ipitanga, APA Estadual de Guaratuba, Parque Ecológico das Timbaúbas, APA Ibitinga, APA Pouso Alto, Área Natural Tombada Serra do Mar e de Paranapiaca, APA do Planalto Central.

APA da Chapada do Araripe – Ceará

Mais de 10% dos registros do Sistema Urubu em 2017 foram coletados em Unidades de Conservação (N=266). Estes números são apenas a “ponta do iceberg”.

Vamos considerar os dados da APA da Chapada do Araripe, a UC com maior número de animais.

A UC enviou 177 registros de atropelamentos (que foram identificados em nível de espécie e que já foram validados pelos nossos parceiros), e o mais incrível é que 105 (60%) são de anfíbios. Para quem olha esses dados pode ter a falsa ideia de que a Chapada tem muito mais atropelamento que outras Unidades pelo Brasil.

Entretanto, os dados refletem um esforço de toda a equipe da UC e de outros pesquisadores locais em desenvolver um trabalho maravilhoso de coleta de dados.

Os registros normalmente são realizados em deslocamentos para outras atividades e já reúnem dados que permitem conhecer algumas áreas críticas de atropelamento. Outro ponto importante é que os registros já identificaram espécies desconhecidas para a Unidade.

Você pode ver o mapa atualizado com todos os registros de atropelamento de fauna selvagem já aprovados no Sistema Urubu. Click no mapa abaixo e abra o Urubu Map.

Após abrir o mapa oficial você poderá clicar sobre cada um dos círculos coloridos e ver a informação de um registro específico. Também é possível “ligar” a camada de UCs e ver os registros dentro das suas áreas.

Top 5 | 2017

Categoria Parceiros

O Sistema Urubu só existe porque temos milhares de pessoas interessadas em colaborar. Cada foto enviada amplia a nossa possibilidade de pressionar as autoridades para a tomada de decisão.

A nossa rede aumenta todos os dias e comemoramos cada novo download do Urubu Mobile. Sabemos que novos parceiros significam novos registros e mais informação.

Em 2017 foram centenas de parceiros que nos enviaram registros, e alguns se destacaram pela dedicação. Desta forma, nossa retrospectiva não estaria completa se não agradecermos a cada um de vocês e em especial a estas cinco pessoas, nossos maiores parceiros.

Izabel C. R. Cavallet
Marcos Antônio Filho
Cleber Spolavori
Elaine Marin
Cleandson F. Santos

 

Categoria Validadores

Se os parceiros que nos enviam os registros são fundamentais, os nossos validadores são imprescindíveis para termos a qualidade de informação que possuímos.

São eles que identificam todas as fotos e permitem que tenhamos o melhor nível de informação possível. Em uma analogia tecnológica, nossos validadores fazem o papel da inteligência artificial que muitos data centers possuem.

Assim, também queremos expressar publicamente nossos mais sinceros agradecimentos a todos, e em especial aos 4 validadores abaixo, nossos maiores apoiadores em 2017.

André A. Assis – Anfíbios
Samuel C. Ribeiro – Répteis
Didier D. Pozza – Aves
Délcero Ravazzi – Mamíferos

 

Atropelamento de animais selvagens e perdas de vidas humanas

Muito falamos da perda de biodiversidade, atropelamento de animais selvagens e outros aspectos relacionados a ecologia de infraestrutura. Entretanto há um outro lado nesta história e ele não é menos trágico.
Os números oficiais de acidentes causados por atropelamento de animais nas rodovias brasileiras para 2017 ainda não estão disponíveis. Contudo, basta fazer uma rápida busca na internet que é possível verificar que este tipo de acidente causa muitas perdas de vidas e danos materiais.
Não recomendo as leituras das notícias listadas abaixo, somente os títulos já dão a magnitude do problema.

 

 

O Sistema Urubu pode auxiliar na redução destes impactos. Inclusive, havendo interesse dos órgãos governamentais e concessionárias de rodovias, é possível ampliarmos a coleta de dados para animais domésticos. Apesar de não ser importante para a conservação da biodiversidade, essas informações podem colaborar na redução de acidentes e mesmo na questão de bem estar animal.

 

As notícias mais incríveis de 2017

O Sistema Urubu sempre foi muito noticiado pelas diferentes mídias. Desde 2014 já contabilizamos mais de 2000 inserções expontâneas de matérias sobre nossas ações. Fomos notícias em todas as redes de televisão, centenas de jornais, revistas, rádios e sites.

O ano de 2017 não foi diferente e abaixo estão alguns links de matérias que foram publicadas sobre

 

Você pode ajudar a divulgar ainda mais o Sistema e fortalecer nossas ações de conservação. Que tal compartilhar esse post nas suas redes sociais agora?

Click nos botões no topo da página. Você não imagina a força que você tem com essa atitude. Nossa fauna e milhares de vidas humanas podem ser salvas.

 

Ainda não usa o Urubu Mobile?

Se você ainda não fez o download do Urubu Mobile, click agora nos links abaixo e seja parceir@ desta grande família de pessoas preocupadas com a biodiversidade brasileira.

Após fazer o download do Urubu Mobile, faça seu cadastro para poder tirar as fotos e enviar para o Sistema Urubu.

 

Que venha 2018!!!

Essa retrospectiva não poderia terminar de outra forma a não ser agradecendo novamente todos nossos parceir@s. Vocês são incríveis e sem vocês o Sistema Urubu não existiria.

Eu e a equipe do Sistema, queremos renovar o que sempre falamos, que admiramos demais cada pessoa que participa e nos encoraja a continuar trabalhando muito.

Agradecemos também pela paciência, pelas sugestões, críticas e comentários que chegam pelas nossas redes sociais, emails, telefonemas, …. Todos são muito bem vindos.

Manter o Sistema não é uma tarefa fácil. Os custos são enormes e o trabalho é gigante. Entretanto, cada vez que recebemos um elogio, um comentário de vocês ou sabemos de mais uma nova ação que surgiu em função do Sistema, isso nos dá forças para continuar nesse caminho.

Agradeço pessoalmente e repasso os agradecimentos de toda a equipe do Sistema Urubu.