Protocolo de monitoramento

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Série Infraestrutura Viária & Biodiversidade | Métodos e Diagnósticos

A Série Infraestrutura Viária & Biodiversidade | Métodos e Diagnósticos é um conjunto de 14 posts. Cada post apresentará de forma rápida um tema atual em Ecologia de Estradas. Os temas abordarão monitoramento de fauna atropelada, monitoramento de pequenos mamíferos, telemetria, inteligência geográfica, impactos de rodovias em peixes e muito mais.

Nosso décimo terceiro post da Série abordará o protocolo de monitoramento de fauna atropelada. Vários dos posts dessa série são adaptações de textos produzidos por autores externos ao B.A.B..

Autores

Alex Bager

Resumo

Os monitoramentos de fauna selvagem atropelada se multiplicaram na última década no Brasil. Isso se deve tanto por iniciativas de pesquisa científica quanto por estudos destinados ao licenciamento ambiental de rodovias e ferrovias. Contudo, monitoramento de fauna atropelada pode ter um grande número de variáveis que alteram a probabilidade de detecção das carcaças e por conseguinte, o cálculo do número de animais atropelados em um dado período de tempo.

O Protocolo de Monitoramento de Fauna Atropelada (PMFA) reúne alguns dos pontos que mais impactam a coleta de dados e sua posterior comparação entre áreas ou mesmo entre períodos de tempo. Nessa proposta se discute aspectos como área de amostragem, equipe, esforço de amostragem, entre outros pontos.

Importância de uma padronização de coleta de dados e como foi feita

Todos os estudos ecológicos que envolvem coleta de dados em campo desenvolvem protocolos de amostragem que permitem a comparação dos resultados intra e inter-pesquisa. Este já é um excelente motivo para a adoção de uma padronização dos monitoramentos de fauna atropelada no Brasil. A ecologia de estradas e as amostragens de atropelamento de fauna selvagem requerem o uso de protocolos que permitam avaliar se a tomada de decisão das estratégias de mitigação cumpriram seus objetivos. O foco destas amostragens está em comparar dados dos efeitos de rodovias antes, durante e depois da implantação de qualquer estratégia de mitigação de impactos.

No Brasil, os estudos de atropelamento de fauna começaram na década de 1990, e durante muitos anos a maioria dos resultados foram extensas listas de espécies afetadas e suas respectivas abundâncias. Apesar de ser um indicativo de impacto, estas informações contribuem pouco para a solução do problema, levando à conclusão de que se precisa mais estudos.

Artigos publicados mostram uma grande variação de métodos, seja na velocidade de monitoramento, tamanho da equipe e número de observadores, extensão do trecho amostrado, frequência de amostragem, entre outras variáveis. A legislação brasileira, através da Instrução Normativa 13/2013 faz algumas recomendações sobre monitoramento de fauna selvagem para estudos de licenciamento ambiental. Workshops realizados em 2014 e 2016, durante os Congressos Brasileiros de Ecologia de Estradas, buscaram aperfeiçoar a Instrução.

O protocolo aqui proposto foi idealizado a partir de uma análise crítica de monitoramentos realizados no decorrer de mais de 15 anos de pesquisas realizadas pelo autor. A proposta incorpora conceitos atuais, de artigos publicados tanto no Brasil quanto no exterior, mas aborda conceitos ainda não discutidos em profundidade anteriormente. O foco deste capítulo está na qualificação dos dados coletados, e não pretende discutir aspectos como suficiência amostral, frequência de monitoramento, análise de dados, definição de hotspots, entre outros. Cada um destes temas tem sido amplamente abordado em artigos publicados recentemente e poderiam gerar capítulos específicos.

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Esse post te deixou curioso para saber mais sobre nossa padronização de coleta de dados de atropelamento?  Esse texto foi adaptado de um dos capítulos do meu livro Infraestrutura Viária e Biodiversidade. Você pode adquirí-lo aqui.  

O capítulo tem 8 páginas repletas de informações incríveis e com a seguinte estrutura de tópicos:

  • Introdução
  • Protocolo de Monitoramento de Fauna Atropelada do CBEE
    • Tipos de monitoramento
    • Número de atropelamento e Taxa de atropelamento
    • Como calculo a taxa de atropelamento?
    • Velocidade de monitoramento
    • Definição do trecho à ser monitorado
    • Composição da Equipe
      • Por que não devemos usar equipes maiores?
    • Diferenciando dados sistemáticos de eventuais
    • Direção do monitoramento
    • Definindo a largura da área de amostragem
    • Coleta de dados
      • Posicionamento geográfico dos registros
      • Tracks e waypoints armazenados nos GPS
      • Variáveis ambientais a serem coletadas
      • Registros de informações das carcaças
  • Referências bibliográficas

Tenho certeza que esse conhecimento será de suma importância para você estudante, pesquisador ou profissional, que realize pesquisas de monitoramento de fauna atropelada ou atue na área de ecologia de estradas.

Se quiser ampliar seu conhecimento, visite os posts publicados anteriormente. Garanto que tem muito conteúdo interessante e bacana.