História de vida, demografia e conservação de quelônios

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História de vida, demografia e conservação de quelônios: da perspectiva local à global

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Autor

Priscila da Silva Lucas

Ano

2016

Resumo

A biodiversidade enfrenta crescente pressão derivada da ação humana, incluindo alteração e degradação do hábitat, fragmentação, mudanças climáticas, exploração de espécies e poluição. Como consequência, avaliações sobre vários grupos de espécies mostram taxas de extinção extremamente altas. Estradas e outras infraestruturas lineares são um dos maiores modificadores da paisagem, especialmente em regiões tropicais. A formação dessas clareiras lineares causam vários impactos que são melhor compreendidos, mas não exclusivos, em escala local.

Em uma escala mais ampla um aumento na densidade de rodovias gera um aumento de perda de áreas naturais na paisagem e consequentemente, há uma redução significativa no tamanho das manchas restantes que afetam a persistência das populações. Um bom conhecimento da história de vida das espécies é o primeiro passo e essencial para o desenvolvimento de estratégias de conservação para manter a persistência a longo prazo e recuperação de populações em declínio.

Assim, a presente tese ao longo dos capítulos busca quantificar parâmetros básicos de história de vida, principalmente os relacionados à reprodução, as relações entre si e tamanho da fêmea. Utilizar informações de história de vida juntamente com parâmetros demográficos para estimar taxas de crescimento populacional para Trachemys dorbigni em uma região com vários tipos de ameaça à persistência da espécie.

E, finalmente, usamos dados de história de vida, dinâmica populacional, mortalidade por atropelamento em estradas e dados de uso do solo (malha viária) em um modelo espacialmente explícito que quantifica valores críticos de densidade máxima e tamanho mínimo de manchas margeadas por estradas que permitem a persistência de populações de espécies de quelônios em paisagens fragmentadas. De um modo geral as estratégias reprodutivas da tartaruga tigre d’água variam entre as populações e com o tamanho da fêmea.

Populações da espécie próximo à rodovia BR-471 na ESEC Taim estão declinando devido aos impactos observados na área (atropelamento de fauna e remoção de ovos). Fêmeas adultas é o principal estágio onde devemos focar esforços para a conservação da espécie em locais dentro da sua distribuição e que sofrem os mesmos potenciais impactos. Na avaliação global, observamos muitas regiões, principalmente na América do Norte e Asia, que muitas espécies já possuem manchas de habitat menor que o tamanho viável para a sua persistência.

Essas regiões são as que possuem as maiores densidades de rodovias. Esperamos que os resultados deste trabalho possam direcionar estudos futuros, serem usados por órgãos públicos para implementação de medidas específicas de mitigação, ações de conservação e no planejamento da melhoria e/ou construção de novas estradas.

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