Padrões espaciais de mortalidade rodoviária de mamíferos de médio e grande porte em Mato Grosso do Sul, Brasil

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Spatial patterns of road mortality of medium–large mammals in Mato Grosso do Sul, Brazil

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Autores

F. Ascensão, A.L.J. Desbiez, E.P. Medici & A. Bager

Ano

2017

Revista

Wildlife Research

Abstract

Context: Brazil has one of the richest biodiversity and one of the most extensive road networks in the world. Several negative impacts emerge from this interaction, including wildlife–vehicle collisions (WVC), which may represent a significant source of non-natural mortality in several species. The understanding of the main drivers of WVC is, therefore, crucial to improve the safe coexistence between human needs (transportation of goods and people) and animal populations.

Aims: We aimed to (1) evaluate the relative influence of land-cover patterns on the distribution of WVC, (2) assess whether WVCs are clustered forming hotspots of mortality, and, if so, (3) evaluate the benefits of mitigating only hotspot sections.

Methods: We collected WVC data involving medium–large mammals (4–260 kg) along three road transects (920 km), fortnightly over 1 year (n = 1006 records). We used boosted regression trees to relate the WVC locations with a set of environmental variables including a roadkill index, reflecting overall habitat suitability and landscape connectivity, while accounting for spatial autocorrelation effects. We identified hotspots of mortality using Ripley’s K statistic and testing whether data follow a random Poisson distribution correcting for Type I error.

Key results: We found a strong association between WVC probability and roadkill index for all focal species. Distance to riparian areas, tree cover, terrain ruggedness and distance to urban areas were also important predictors, although to a lesser extent. We detected 21 hotspots of mortality, yet with little spatial overlapping as only four road sections (2%) were classified as hotspot for more than one species.

Conclusions: Our results supported that WVC mainly occur in road sections traversing areas with more abundant and diverse mammal communities. Hotspots of mortality may provide important information to prioritise road sections for mitigation, but this should be used in complement with roadkill indexes accounting for overall mortality.

Implications: The results support focusing on hotspots and habitat quality and landscape connectivity for a better assessment of road mortality. At the local scale, a larger number and improved road passages with exclusionary fencing of appropriate mesh size in riparian areas may provide safe crossings for many species and constitute a promising mitigation measure.

Tradução livre

A tradução abaixo não sofreu qualquer revisão. Tradução realizada através do programa DeepL.

Contexto: O Brasil tem uma das mais ricas biodiversidades e uma das mais extensas redes viárias do mundo. Vários impactos negativos emergem dessa interação, incluindo colisões de veículos selvagens (WVC), que podem representar uma fonte significativa de mortalidade não-natural em várias espécies. O entendimento dos principais motores do WVC é, portanto, crucial para melhorar a coexistência segura entre as necessidades humanas (transporte de bens e pessoas) e as populações animais.

Objetivos: Visamos (1) avaliar a influência relativa dos padrões de cobertura terrestre na distribuição dos WVC, (2) avaliar se os WVCs são agrupados formando hotspots de mortalidade, e, em caso positivo, (3) avaliar os benefícios de mitigar apenas as seções de hotspots.

Métodos: Coletamos dados de WVC envolvendo mamíferos médios-grandes (4-260 kg) ao longo de três rodovias (920 km), quinzenalmente ao longo de 1 ano (n = 1006 registros). Utilizamos árvores de regressão para relacionar as localizações do WVC com um conjunto de variáveis ambientais, incluindo um índice de morbidade na estrada, refletindo a adequação geral do habitat e a conectividade com a paisagem, enquanto contabilizamos os efeitos da autocorrelação espacial. Identificamos hotspots de mortalidade usando a estatística K de Ripley e testando se os dados seguem uma distribuição aleatória de Poisson que corrige o erro de Tipo I.

Principais resultados: Encontrámos uma forte associação entre a probabilidade de WVC e o índice de mortalidade para todas as espécies focais. Distância a áreas ripárias, cobertura de árvores, robustez do terreno e distância a áreas urbanas também foram importantes preditores, embora em menor grau. Detectamos 21 focos de mortalidade, mas com pouca sobreposição espacial, pois apenas quatro troços de estrada (2%) foram classificados como focos de mortalidade para mais de uma espécie.

Conclusões: Os nossos resultados confirmam que o WVC ocorre principalmente em troços de estradas que atravessam áreas com comunidades de mamíferos mais abundantes e diversificadas. Hotspots de mortalidade podem fornecer informações importantes para priorizar os troços de estrada para mitigação, mas isto deve ser usado em complemento com os índices de mortalidade nas estradas que contabilizam a mortalidade geral.

Implicações: Os resultados apoiam o foco nos hotspots e na qualidade do habitat e na conectividade da paisagem para uma melhor avaliação da mortalidade rodoviária. À escala local, um número maior e melhores passagens rodoviárias com vedações de exclusão de malha apropriada em áreas ribeirinhas pode proporcionar travessias seguras para muitas espécies e constituir uma medida de mitigação promissora.